segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O DIA DE ROCK DO ROCK IN RIO

Senhores, como é de conhecimento geral, o único dia de rock no Rock in Rio 4 foi dia 25/09. Os demais eventos deste festival são ignorados solenemente por mim e por todos os amantes do rock'n'roll de verdade. Por isso, pretendo analisar as principais bandas que tocaram neste dia, tanto no palco principal (Palco Mundo) quanto no Palco Sunset.
Ressalto que as opiniões são pessoais, mas também levo em consideração a musicalidade, a técnica e a empatia gerada pelo show. Quem não gostar da opinião, paciência. É um país livre e a opinião é igualmente livre.
Vamos lá, então.

Palco Sunset:

- Matanza: dispensa comentários. É uma das melhores bandas brasileiras em atividade, e mostrou ao vivo toda a energia e canalhice dos discos. Foi um soco no estômago, um direto no queixo. Quem acompanhou o show ao vivo pela Multishow percebeu o quanto esta banda é boa. Nota 10.
- Korzus: não consigo entender como uma banda deste calibre passa praticamente ao largo da mídia. É uma das bandas clássicas do Brasil, respeitadíssima lá fora. O vocalista Pompeu, acompanhado de Heros Trench e Antônio Araújo (guitarras), Dick Siebert (baixo) e Rodrigo Oliveira (bateria), regeu a platéia como uma orquestra. Comandou as rodas de fogo, cantou o hino nacional, e com sua voz, rasgou o véu do templo com boas músicas, com destaque para o último disco, "discipline of hate". Sensacional. Quem não conhece, vá à luta. Korzus vale à pena.
- Angra e Tarja Turunen: que coisa mais bizarra. Não é à toa que o Angra tornou-se uma caricatura depois da saída do André Matos. A banda está muito ruim. Nem a guitarra do virtuose Kiko Loureiro salva mais. Ainda por cima, conseguiram superar a chatice chamando esta vocalista de ópera para o show. Pra quem não lembra, esta moça era vocalista de uma das bandas mais dispensáveis e horrorosas da história do rock: o Nightwish.  Simplesmente horripilante. Foi uma ode à chatice do início ao fim. Tanto que o Multishow, ao reprisar os melhores momentos, dedicou seis segundos a este show (e foi muito) que não precisava ter acontecido. Muito ruim. Ruim ao quadrado.
- Sepultura e Tambours du Bronx: O Sepultura está cada vez melhor e inovador. Nem vou falar da guitarra de Andreas Kisser, da bateria de Jean Dolabella, que substituiu Igor Cavalera e o suplantou, do baixo do Paulo, simples e direto, e da voz de Derrick Green, nem do ótimo repertório, formado por clássicos e músicas do ótimo álbum "kairos". Vou falar da sublime apresentação da banda, em parceria com este grupo de percussionistas franceses do Tambours du Bronx. Simplesmente fantástico. Este show deveria estar no palco principal. Foi uma das apresentações mais legais que já vi. O ponto alto do show foi o clássico "Territory" e "Roots, bloody roots". Tomara que saia um dvd ou um disco deste show.

Palco Mundo:

- Glória: quem convidou esta banda para a noite de rock? Jesus me chicoteia... Esta banda é muito ruim. Pra quem acha que metal é Avenged Sevenfold, tudo bem. Mas, para os headbangers de verdade, esta banda horrível, de metal emo poderia ter ficado em casa. Mais uma vez, o Multishow mostrou o palco sunset, enquanto eles tocavam no palco principal. Atestado de ruindade maior não há. Mais um show dispensável. Não precisava ter acontecido. Tinha banda melhor para ocupar este espaço.
- Coheed and cambria: estou até agora tentando entender esta banda. Tocam o quê? Rock progressivo? Metal? Até  o público se confundiu. Não serviu para esquentar a platéia para o show do Motörhead, nem foi uma revelação. Foi simplesmente uma bandinha que estava passando por lá, e convidaram pra tocar. Nem quando envergaram um cover do Iron Maiden (The Trooper), empolgaram. Se os colocassem no palco sunset, não faria feio. Mas, para o Palco principal... Poderia ter trocado de lugar com o Sepultura.
- Motörhead: Lemmy é Deus. E não é à toa. Que show! Repleto de clássicos, a guitarra de Phil Campbell soava como uma metralhadora. Um solo espetacular da bateria de Mikey Dee. E o carisma e a voz de Lemmy. E as músicas clássicas que todo mundo quer ouvir. Quer ter uma banda? Quer aprender como se faz um show? Assiste a uma apresentação do Motörhead. Foi uma aula de rock'n'roll do início ao fim. E eles vão voltar ao Brasil em 2012. Vou estar lá.
- Slipknot: Legal, eles são mascarados. Dão medo... É tudo muito teatral, performático. Mas, as músicas são boas e os músicos são competentes. Envolvem a platéia. Bom show. Não sou fã de Slipknot, mas, a apresentação foi das melhores. Me convenceu a ouvir mais o som da banda.
- Metallica: Foi a cereja do bolo. Foi o melhor show da noite. Podem esquecer Freddie Mercury e o Queen do primeiro Rock in Rio de 1985. Quem entrou pra história foi o Metallica de 2011. Aliás, foi um show pra história. Ninguém queria que terminasse. O Bis durou uma meia hora. Todos saíram de alma lavada. Foi simplesmente sublime. Só faltou tocarem o álbum "Kill'em'all (o melhor álbum de trash metal de todos os tempos) todo. A homenagem ao falecido baixista Cliff Burton foi emocionante. Eles poderiam tocar até o amanhecer que ninguém teria visto o tempo passar. Agora, é oficial: é proibido falar mal do Metallica na minha frente.

Enfim, leitores, esta é a minha opinião sobre o único dia de rock'n'roll do festival. Espero que tenham gostado. Nem vou comentar sobre os outros dias, até porque não entendo como um festival de rock traz tão poucas bandas de rock. "Mas tem o Guns dia 2". Bem, o Guns acabou nos anos 90. Já era grudento e chato naquele tempo. Hoje, não é digno de um comentário.
É isso. Até a próxima, e long live rock'n'roll!

Um comentário:

  1. Show de bola o Post. Concordo plenamente com tudo, apesar de não serem fatos, e sim uma opnião, a qual eu acho muito boa :D. Glória parece nome de banda Gospel asuhsauhasu.

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